Nômades digitais: Viver viajando é uma realidade possível

Deixa eu adivinhar: você tem vontade de meter o pé na estrada, mas acha que isso só é possível para influenciadores, famosos ou gente rica? Viver viajando parece um sonho distante pra você? Saiba que o nomadismo digital é super possível e cada vez mais comum, principalmente por conta da difusão do modelo de trabalho home office. Mas, para isto acontecer, é preciso uma dose de desapego, uma pitadinha de coragem e uma vontade imensa de quebrar os paradigmas que a sociedade nos impõe! E aí, você topa?

Viver como nômade digital nada mais é do que viver em qualquer lugar, levando uma bagagem enxuta e curtindo o momento ao mesmo tempo em que trabalha pela internet. Se você já trabalha e está adaptada ao home office você já tem meio caminho andado. Caso contrário, corre conversar com o seu chefe ou arrumar um trabalho remoto para poder se jogar nessa aventura!

É fundamental frisar que você não estará viajando nos locais, e sim morando por um breve período em cada um deles. O ritmo é totalmente outro – principalmente durante a pandemia – é mais lento, menos turístico e muito mais cultural. Você vai se acostumar a ir no mercadinho do bairro, desejar um bom dia para diferentes vizinhos, ouvir outros cantos de pássaros, se apaixonar por cada casa nova e ter um novo delivery de pizza favorito a cada mês. Como todo tipo de viagem, é uma experiência desafiadora e de muito autoconhecimento, mas sem dúvidas incrível!

Eu também quero! Por onde devo começar?

  1. Organize o seu orçamento mensal

Fato é que dinheiro não cai do céu e a intenção aqui é viver viajando, e não simplesmente fazer uma viagem e voltar logo para casa. Se você já mora de aluguel é mais fácil – te proponho a praticar o desapego, vender as suas coisinhas e desalugar a sua casa/apartamento (fácil falar, difícil fazer kkkring). A partir disto a proposta é que com exatamente este mesmo valor que você pagava o seu aluguel e suas contas agora você possa alugar outros lugares para morar pelo Brasil (ou pelo mundo, porque não?). Uma ideia interessante para baratear um pouquinho é dividir tudo isto com seu parceire de vida ou um amigue do peito, assim o valor será dividido por 2 e a aventura multiplicada! Independente da solução faça um bom planejamento financeiro para não entrar em perrengue com os boletos quando você já estiver na estrada.

  1. Pensar em como você vai se locomover

Se você tiver um carro disponível este é o ideal para o momento de pandemia, só assim você ficará 100% tranquila com o distanciamento social e garantir que só você mesma irá manusear as suas próprias coisas. O seu carro também será a sua casa, pois é lá que você vai levar não só a sua mala de roupas, mas também: materiais de higiene, utensílios básicos de cozinha, comida (lembre-se de levar uma bolsa térmica), equipamentos eletrônicos e até o seu travesseiro favorito para se sentir mais em casa! No seu orçamento (passo 1) lembre-se de colocar o valor da gasolina e de pedágios.

  1. Desenhe e planeje o seu roteiro

Minha parte favorita! Abre o Google Maps e escolha cidades que possam ser interessantes para você ser nômade por lá! Algumas dicas na hora de montar o roteiro:

– O ideal é que a distância entre cada cidade seja de, no máximo, 4 horas para as mudanças não serem tão cansativas. Afinal, as viagens não serão mais um evento único e sim a sua nova rotina.

– Outra sugestão é que você não passe nem pouco e nem muito tempo em cada lugar. Uma semana em cada cidade é bastante cansativo e três semanas já é um número mais realista, mas você precisará entender qual o ritmo de nomadismo que você irá preferir com o tempo.

– Os finais de semana, caso você não trabalhe nestes dias, são sim os dias ideais para mudança de casa. Além da viagem em si, você tem que contar o tempo de fazer check-out e check-in, fazer e desfazer malas e tudo o mais.

– Por conta da pandemia, dê preferência para cidades menores e mais interioranas, em que você possa aproveitar mais o ar livre. 

  1. Orce e reserve as hospedagens

Para as hospedagens use o Airbnb para ter uma casa completinha, equipada e pronta para você morar. Aqui vão algumas dicas:

– Antes de bater o martelo na sua nova casa sugiro que você explique para o host que você trabalha em home office e questione sobre a velocidade da internet, para garantir que você irá conseguir trabalhar sem problemas.

– Sobre equipamentos e eletrodomésticos: garanta que tenha uma cozinha minimamente equipada com fogão, micro-ondas, louças e panelas para você economizar cozinhando e também prefira lugares que tenham máquina de lavar roupas! Acredite, máquina de lavar roupas salvam vidas!

– Equilíbrio é tudo nessa vida: não deixe todas as acomodações do roteiro já reservadas, para você ir sentindo cada lugar com calma e ir avaliando a situação da pandemia. De toda forma, também não é aconselhável reservar em cima da hora, assim você irá encontrar lugares melhores e em um preço mais justo. A dica é sempre ter as próximas 3 ou 4 semanas já reservadas.

– Por conta da pandemia, dê preferências para ficar em casas ao invés de apartamentos. Acredite, você vai sentir muito mais liberdade!

  1. Pé na estrada, mas com cuidado!

Com tudo pronto é hora de partir! Acomode tudo no carro de um jeito que você fique confortável e segura para dirigir por algumas horinhas.

É importantíssimo frisar que estamos em meio a uma pandemia, né? Então, não deixe de levar álcool 70% e máscaras na sua bagagem, mantenha o distanciamento social, acompanhe as notícias para saber as regras e volume de casos de cada cidade, caso for fazer algum passeio opte sempre por locais ao ar livre e fora do horário de pico. Mantenha-se segura e fique em casa, mesmo que a sua casa for em qualquer lugar por aí :)


Texto: Cristiane Sasse. 28 anos, Blumenauense, publicitária, pós-graduada em pesquisa de mercado e apaixonada por entender as pessoas e seus comportamentos.  “Gosto de vestidos rodados, canetas coloridas, gifs de animaizinhos fofos, brigadeiro, Netflix e uma passagem só com data de ida pra qualquer canto que tenha Wi-Fi. Fiz intercâmbio em Londres, morei por 8 anos em São Paulo, já fiz mochilão pelo Japão, América do Sul e Europa, e hoje me considero uma nômade digital”.