Rowling e Portugal

Já fui algumas vezes pra Porto, que é “vizinha” de Braga, e acho uma das cidades mais apaixonantes de Portugal. Um tempo atrás, fomos desbravar e conheci um dos lugares mais incríveis que já fui até agora. Nessa vez, decidi que não faria um programa de turista “tradicional”, mas sim, iria descobrir alguma coisa além da Ribeira (que é linda e inspiradora, por sinal), e dos pontos turísticos mais movimentados. Assim, aproveitei e resolvi seguir algumas dicas da cidade que são relacionadas com Joanne Kathleen Rowling. O que não foi nada mal, mesmo para quem não gosta de Harry Potter.

Antes de falar delas, vale explicar: o que Porto tem a ver com a autora de Harry Potter?

Acontece que Portugal foi marcante para Rowling. De 1991 a 1993, ela lecionou inglês na Encounter English, em Porto. A opção de aceitar o cargo se deu ao fato de conturbações familiares, e foi visto como uma chance de escape. Nesse período, ela dividiu um apartamento na cidade com duas amigas e também professoras: Jill Preweet e Aine Kiely (que mais tarde ganhariam a dedicatória do terceiro livro da saga, O Prisioneiro de Azkaban). Foi na cidade que ela conheceu um estudante português chamado Jorge Arantes.

Apesar de J. K nunca falar abertamente sobre essa parte, o que se sabe (a maior parte revelada por Jorge, já que Rowling fala muito pouco ou quase nada sobre a vida em Portugal) é que os dois se apaixonaram e foram viver juntos, casando-se em agosto de 1992, após ela sofrer um aborto espontâneo. Mesmo com o relacionamento abalado e com brigas frequentes, em 1993 Joanne deu à luz sua primeira filha. No mesmo ano, o casal se separou após brigas terríveis, quando o marido a expulsou de casa. Foi o fim da vida em Porto para ela, que deixou a cidade com sua filha e voltou ao Reino Unido, junto com os três primeiros capítulos e notas para o restante do livro.

Mas nem tudo foi tragedia durante o seu tempo na cidade.

Quando chegou, em 1991, já haviam esboços sobre o universo de Harry Potter, e segundo dizem, foi em Porto que o primeiro livro, e detalhes da série, começaram a tomar forma. Segundo ela, foi onde seu capítulo favorito de A Pedra Filosofal, O Espelho de Ojesed, foi escrito. Além disso, reza a lenda que, ao ver as roupas dos estudantes universitários portugueses, pretas e com uma capa por cima, lhe veio a inspiração para as vestes usadas pelos estudantes de Hogwarts.

Traje tradicional dos veteranos das universidades portuguesas, usadas principalmente na época das praxes.

Na sua nova vida, ela preservou um hábito que tinha desde antes: escrever em cafés ou bares, durante seu tempo de folga. Na época em que viveu em Porto, Joanne Kathleen era apenas mais uma das muitas milhares de pessoas que viviam na cidade, ainda não tinha a fama de hoje. Então evidentemente sua presença passava despercebida nesses espaços. Porém, segundo Sean Smith, responsável pela biografia da autora, um dos seus lugares preferidos na cidade era o Majestic Café, no centro da cidade. O lugar é uma das cafeterias mais bonitas do mundo, e desde antes da autora de Harry Potter, já era marcado como um ponto de encontro de cultura e arte na cidade.

Agora a parte que mais importa…

Na cidade, apesar de passar muito tempo escrevendo, o seu lugar preferido era uma charmosa livraria no centro da cidade. A Livraria Lello e Irmão, conhecida também como Livraria Chardron, famosa por ser uma das mais belas do mundo, e eleita em 2008 como a terceira mais bonita (na mesma lista que colocou a El Ateneo em segundo). Depois dessa pequena introdução, é aqui que o meu passeio começou.

NO FOTOS PLEASE! SEM FOTOS, POR FAVOR! É a primeira coisa que você escuta ao entrar na livraria, que tem mais de 100 anos de história. O prédio, concebido pelo arquiteto Xavier Esteves, é um dos mais emblemáticos representantes do neogótico portuense. Talvez o que mais chame atenção no quesito arquitetura é a escada que dá acesso ao segundo andar, com sua forma descrita como “uma flor exótica”. Além disso, os vitrais no teto, as prateleiras e os pilares onde estão esculpidos grandes nomes da literatura portuguesa, deixam o visitante de primeira viagem perdido, sem saber para onde olhar primeiro.

São mais de 120.000 mil obras, expostas nas prateleiras, expositores, mesas e até no “chão”. Fiquei algumas horas explorando os títulos expostos, dos novos aos raros e antigos, que ficam guardados nas prateleiras altas e protegidas com vidro, e que estão lá apenas para exposição. Andar pelos corredores estreitos apenas observando é quase como voltar no tempo, e me demorei a ir embora porque fiquei apaixonado pelo clima do lugar. Sem dúvidas essa não foi a minha última visita à Lello.

Antes de acabar, volto um pouco para a relação da livraria com J.K. Segundo a própria autora, o ambiente da Lello foi a sua inspiração para criar a livraria Floreios & Borrões, lugar mágico onde os estudantes compram seus livros para Hogwarts, e que aparece em cenas de A Câmara Secreta. Apesar disso, a livraria do filme não usou como locação o espaço original, deixando a versão de cinema um tanto quanto morta visto a beleza da verdadeira.

Por Felipe Schramm.

Castelo de Windsor

Princesas e rainhas não só existem nos contos de fadas. Como vocês sabem, no Reino Unido ainda existe uma família que guia a nação. Eles possuem coroas, vestidos maravilhosos, frequentam eventos da alta sociedade, conhecem o mundo todo e o mais divertido: moram em castelos de verdade.

O Castelo de Windsor é a residência oficial da família real britânica e o maior castelo ocupado do mundo. Seu jardim interno é enormemente bonito. Se não bastasse, ao redor da fortificação temos o Home Park, onde existe o maior e mais verde gramado que já vi na vida. A clássica guarda real é quem cuida dos espaços com seus chapéus de cotonete e vestes vermelhas, sem nunca piscar.

É localizado a cerca de duas horas de trem do centro de Londres, dentro de uma cidadezinha que fica no condado de Berkshire. O município é tão pequenininho que parece uma grande casa de bonecas. As ruas são estreitas, abrigam casas fofas que têm os tijolos a mostra e floreiras nas janelas. Os habitantes são tipicamente ingleses, possuem as bochechas rosadas e se vestem com tamanha elegância que parecem todos serem da família real.

O mais interessante é que a história da própria Inglaterra pode ser absorvida durante o passeio. Afinal, foi construído por Guilherme I, já serviu de prisão, fortaleza de guarnições e, hoje, é um dos palácios oficiais. Lá é possível conhecer a coleção de armaria, a casa de bonecas da rainha Maria e uma igrejinha super simpática. Sem esquecer de boa parte dos cômodos que também possuem acesso livre para visitação.

A visita é permitida e vale super a pena. Anota aí na sua listinha de lugares para conhecer e sinta um pouquinho dos ares reais :3

Beijos,

Cris

Estranhe-se em Camden Town

O metro repete “mind the gap” e apita algumas vezes. Chegou na estação de Camden Town, um lugar singular onde pessoas normais são estranhas e estranhas são normais. Pubs, cafés, lojinhas de souveniers, o canal e Camden Lock, o mercadinho mais legal do universo, estão lá localizados.

Imagine o lugar mais louco que você já viu na sua vida. Pois então, multiplique algumas vezes e torne realidade. Este é Camden Town, um distrito localizado no centro-norte de Londres, no bairro de Camden. É lá que morou Charles Dickens e a boemia Amy Winehouse. O pub onde a cantora trabalhava é o The Hawley Arms e fica pertinho, onde diversos fãs se aglomeram para sentir um pouquinho do que ela deixou, no happy hour.

Os góticos desfilam, indianos cuidam de suas lojas com seu jeitinho engraçado, ingleses passam despercebidos e turistas não piscam tamanha a curiosidade. A gastronomia é peculiar – é lá que você mata a saudade do arroz e feijão ♥ – e a arquitetura lembra o estilo inglês com uma tonelada de figuras estilosas sobrepostas. Além disso, boa parte da moda em geral é influenciada por aquela localidade: tatuagens, cabelos coloridos, saias pregadas e coturnos, por exemplo.

Cruzar o oceano para conhecer este pedaço de mundo é mais do que válido :)

Beijo beijo,

Cris

Um pulinho em Braga

Ora pois, já estou longe de casa há mais de uma semana. Milhas e milhas distantes de todos que eu amo (pois é, Blitz foi a trilha sonora desses primeiros dias aqui). A vida aqui começa a “normalizar”, as aulas começaram, já conheço bastante gente e tô fazendo até umas tarefas domésticas (sim mãe, olha isso!!!!!!!!!).

Mas enfim, essa parte toda é chata, o que quero mostrar para vocês é um pouco da “minha” cidade, Braga. É um lugar lindo, vale a pena conhecer. É uma das cidades mais antigas de Portugal, mas ao mesmo tempo é a capital da juventude, isso devido aos estudantes Erasmus que chegam à cidade todos os semestres para estudar, viajar, conviver e festejar!

Dois dos lugares mais bonitos aqui são o centro histórico, com as inúmeras igrejas (quase uma por rua) e um estilo antigo que lembra o interior de Minas (alô leitoras Mineirinhas), e o santuário Bom Jesus do Monte, que fica em um morro e tem uma vista incrível, principalmente no final do dia. O bom da cidade é que ela não é grande, a gente pode andar praticamente todo o espaço que interessa a pé.

Separei algumas fotos, olha só:

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Rua da Liberdade, ou Rua das Flores.

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Jardim de Santa Bárbara, um dos lugares mais lindos e inspiradores da cidade.

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Bom Jesus do Monte, a igreja tem muuuuitos degraus, além de ficar em um morro. Cansativo, mas lindo!

Por hoje é só, ainda pretendo descobrir muitos outros lugares por aqui, tenho tempo de sobra. Conto tudo pra vocês!